Do Bumba-Meu-Boi à Oktoberfest
Ao contrário do que diz no meu perfil, eu não venho de Santa Catarina. Na verdade, eu venho do Maranhão e há um ano e pouquinho me mudei com os meus pais para o sul do país.E, entre nós, foi a melhor coisa que aconteceu comigo e minha família. Não se enganem, porque não foi fácil. Eu vivi por doze anos no mesmo lugar, com as mesmas pessoas, os mesmos amigos e, de repente, me encontrei num lugar totalmente novo, com tradições novas, pessoas novas. Mas, graças à hospitalidade dos catarinenses e ao apoio dos meus pais, em pouco tempo consegui me estabelecer muito bem e estou muito feliz, muito mais feliz do que era antes.
Falando em hospitalidade, isso foi uma das diferenças que notei quando me mudei. Aqui as pessoas são muito mais "braços abertos", digamos assim, o que facilitou minha adaptação.
Apesar das várias diferenças culturais (como essa) que enfrentei, as mais fáceis de me acostumar foram as diferenças culinárias. A culinária catarinense é simplesmente deliciosa e eu não tenho nada a reclamar, adoro as comidas típicas alemãs e descobri vários alimentos deliciosos que eu nunca tinha ouvido falar (como o Marreco).
Outra diferença fácil de se acostumar, para mim, foi o clima. Pois, como todos sabem, no nordeste é muito quente na maior parte do tempo e, no sul, não é bem assim.
Me acostumei tão bem que minha estação favorita é, de longe, o inverno.
Continuando no campo das diferenças culturais: uma delas está estampada bem no título desta postagem. O título "Do Bumba-Meu-Boi à Oktoberfest" não poderia ser mais literal, pois a dança mais típica do Maranhão é o Bumba-Meu-Boi, que acontece nas festas de São João, e não existe nada mais típico de Blumenau (cidade onde moro) do que a Oktoberfest (muito conhecida por "Festa Da Cerveja"), que é uma festa extremamente alemã.
Mas, depois de ter falado sobre todas essas diferenças nos estados e nas cidades em si, quero falar um pouco mais sobre mim. Quero dizer que sim, eu tive medo (muito medo). Que sim, eu achava que não ia fazer amigos, não ia me enturmar e que ia ser muito infeliz. Que sim, eu tive tantas dúvidas quanto qualquer pessoa teria. Mas, o que me diferencia de muitas dessas pessoas é que eu não deixei esse medo, essa insegurança, me impedirem de arriscar, de buscar por uma vida melhor, em um lugar melhor. Não que o lugar que eu morasse fosse ruim, longe disso. Lá, vivi doze anos incríveis, cheios de alegria e amor. Mas, não podemos nos deixar ficar em nossa zona de conforto para sempre.
"Não é porque está bom, que não possa melhorar" é a melhor frase para descrever isso. Nós, eu e meus pais, sabíamos que deveríamos tentar e, se não conseguíssemos, sempre teríamos um lugar para voltar, sempre teríamos nossa família para nos apoiar.
As coisas nem sempre foram fáceis por aqui. Várias vezes pensei em desistir e voltar pro Maranhão (e acredito que meus pais também pensaram nisso), mas não deixei que isso me evitasse de continuar tentando. E olha onde isso me levou, onde essa persistência me levou: aos dias mais felizes de minha vida. Essa persistência toda, esse medo de voltar para a zona de conforto (esse que também pode ser chamado de orgulho ou ego), hoje, faz com que eu viva a minha melhor vida. E, apesar de todas as dificuldades e despedidas e choros, eu faria tudo de novo. Faria porque sei que foi a melhor coisa que eu decidi fazer.
Então, esse é o meu conselho: Não tenha medo de arriscar. Planeje, óbvio, não faça nada com imprudência. Mas tente. Se não der certo, volte, recomece, o importante é saber que você tentou. Porque o arrependimento de não tentar, sempre é maior do que o de errar. E se você errar? Bom, se você errar leve como aprendizado, use esse conhecimento para, depois, tentar de novo e não cometer os mesmo erros.
Aqui vai outro conselho: Viva. Saia com seus amigos, passe tempo com sua família, faça um cursinho, vá para faculdade, ou não, estude e trabalhe sozinho, ou não estude, faça outra coisa, tá tudo bem. Faça o que você precisa fazer para ser feliz. Até porque, uma vez, uma mulher sábia e bem vivida me disse: "Só quem paga suas contas tem direito de questionar sua vida." E ela estava certíssima. Só quem paga suas contas, só quem estava lá com você, só quem viu o tanto que você batalhou, o tanto de medo que você teve, o tanto de vezes que você pensou em desistir mas decidiu continuar de pé, só quem viu o quanto que você sofreu para estar feliz agora, pode questionar o que você está fazendo. Sinto muito, mas essa é a verdade e alguém tinha que dizê-la. Outra mulher, também sábia, uma vez me disse: "Não deixe alguém que não construiu nada em sua vida, te dizer como construir algo na sua." e essa lição é a mais verdadeira para mim e a que eu levo todos os dias comigo.
Bom esse foi o post de hoje, espero muito que vocês tenham gostado. Apesar de ter sido um "papo mais pesadão", eu estava pensando nisso esses dias e senti que deveria compartilhar com vocês. Eu espero, sinceramente, que meu ponto de vista faça vocês refletirem um pouco e que, de certa forma, possa ajudá-los!
Muito orgulho da pessoa que você se tornou!
ResponderExcluirFalando em comida, já eu tenho muita saudade da culinária maranhense, pra mim é a melhor!! Mas brincadeiras à parte, quando decidimos nos mudar, só pedi a Deus que colocasse boas pessoas em nosso novo caminho e eu sou só gratidão por isso.
ResponderExcluirParabéns pra vocês. .. amo vcs
ResponderExcluirAdmiro muito você. Sua personalidade É forte! !!
ResponderExcluirNosso lar é onde nossa família está. Posso dizer que somos muito felizes e essa mudança nos fortaleceu ainda mais.
ResponderExcluirVerdade!!
ExcluirIsa vc uma garota ilumimada, maravilhosa, linda, sua luz brilhará por toda sua vida. Suas raízes são grandes e fortes . parabéns minha linda👏👏💕💕te admiro muito com todo carinho❤❤
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